quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quase Morto ou Quase Vivo?


Ele estava às portas da morte, considerava-se abandonado por Deus, até mesmo Deus! Aquele que a ninguém abandona, parecia tê-lo abandonado naquele letárgico momento ...
A anestesia tinha surtido um estranho efeito. Para os médicos e os sofisticados instrumentos envolvidos naquela delicada cirurgia, seu coração havia parado de bater sem nenhum motivo. A tensão nervosa que sempre acompanha uma parada cardíaca havia se instalado naquela sala. Todos os esforços para fazer seu coração voltar a bater foram infrutíferos. Deram-no como morto, apesar de a rigidez cadavérica não ter nem começado a se instalar, sua temperatura já estava próxima aos 33 graus, removeram-no para o necrotério.
Aquele suposto cadáver estava dominado pelo mais louco desespero, seu corpo totalmente imobilizado, suas pálpebras totalmente cerradas e parecendo pesar toneladas estavam imóveis, até mesmo os olhos, incapacitados de se moverem um milímetro, impediam-lhe toda e qualquer manifestação de consciência, quem quer que olhasse aquele corpo sobre o frio mármore do necrotério juraria solenemente que ali jazia um cadáver. Mas aquele cadáver sentia o contato do frio mármore com a sua pele, sentia o forte cheiro de formol dos cadáveres e partes cadavéricas conservadas naquela sala. Porém, dos sentidos ativos, o que mais o torturava era a audição. Ele ouvia com detalhes os preparativos da sua necrópsia, ele ouvia o tilintar dos instrumentos de aço inoxidável sendo arrumados.
Afinal ali estava um suposto cadáver cujo o atestado de óbito médico nenhum queria assinar, portanto precisava de uma causa mortis. O que todos ignoravam é que o "cadáver" estava vivo.
O médico legista pegou o talhador de costela e o bisturi que seriam usados para ver porque aquele coração havia parado.
Aproximou-se do corpo.
Ao olhar para o canto do olho esquerdo daquele corpo considerado morto ele não acreditou no que ele via.
Na mais desesperada tentativa de demonstrar que não estava morto.
O médico legista, perplexo, viu uma gota de lágrima rolar daquele olho.
Concluiu que não era um cadáver que ali jazia,
na realidade ali estava um corpo em estado de catalepsia.

Magister Peret

2 comentários:

Carliinha Incrivel & Unica disse...

Legal Professor acheei o Texto deslumbrante muiinto Interesante !!

Camila Medrado disse...

Achei um ótimo texto, onde o principal da historias passa por momentos constrangedores, momentos difíceis... Ele estando vivo, todos pensando q ele estava morto e foi preciso um lagrima para todos os médicos presentes na sala de cirurgia perceberem que ele não era um cadáver, e o que ele realmente tinha era um catalepsia ou seja uma doença em que os membros se tornam rígidos, mas não há contrações, embora os músculos se apresentem mais ou menos rijos, e quem passa por ela pode ficar horas nesta situação!!!
gostei professor!!
Aluna: Camila Medrado 2ºB MATUTINO
Costa e Silva

Os Sete Pecados Capitais Estes pecados, todos eles, são inerentes à natureza humana. Todos eles existem em nosso ser. Alguns em estado...